Anatomia Patológica - Exames

O Técnico de Anatomia Patológica (TAP) está inserido no grupo profissional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT) e integra a especialidade médica de Anatomia Patológica. 
 
O TAP, desenvolve a sua profissão primordialmente em laboratório, contribui para a prevenção, rastreio, diagnóstico, prognóstico e orientação terapêutica da doença, aplicando métodos e técnicas para observação macroscópica (descreve o que vê a olho nu) e microscópica (observação ao microscópio ótico ou eletrónico) com vista à obtenção de um diagnóstico - pelo anatomopatologista (especialidade médica laboratorial) - e caracterização do risco relativo de diversas patologias.
 

 

 

Biópsia

O que é uma biópsia?
A biópsia é habitualmente feita em consulta ou em ambulatório, ou em situações muito específicas, em bloco operatório.

A pequena porção de produto biológico colhido é colocado num meio de preservação, a fim de evitar a decomposição das células. O meio de preservação usado habitualmente é o formol. Este processo, ao qual se dá o nome técnico de fixação, é longo e é sucedido por uma série de procedimentos com vista à obtenção de fatias muito finas – cortes histológicos – que são colocados delicadamente em cima de lâminas de vidro. O intuito é permitir que o feixe luminoso do microscópio ótico atravesse as estruturas que constituem os tecidos (conjunto de células) para que sejam identificadas pelos olhos experientes dos profissionais habilitados.
 
As estruturas tecidulares e celulares, apenas são identificadas se tiverem cor. As “cores” seletivas são obtidas por técnicas protocoladas e aferidas de acordo com as características químicas das referidas estruturas.
 
Os Técnicos de Anatomia Patológica, realizam com arte, saber e dedicação, todos os procedimentos para que o anatomopatologista (médico com especialidade em Anatomia Patológica) elabore um relatório ou seja um diagnóstico que irá orientar o clínico no tratamento.


Helicobacter pylori (Hp)

O que é o Helicobacter pylori (Hp)?
 
É uma das infeções com maior prevalência no mundo, com maior incidência nos países em desenvolvimento.
 
O Helicobacter pylori (Hp), é uma bactéria com mobilidade própria que lhe permite, através de movimentos espiralados, perfurar a camada de muco que protege as células do epitélio do estômago e frequentemente a primeira porção do intestino. Possui mecanismos que a torna resistente ao meio ácido, facilitando a sua colonização e desencadeando processos patológicos como úlceras pépticas (erosão da parede do estômago ou do intestino delgado), gastrites, e em casos mais graves neoplasias malignas (adenocarcinoma gástrico e linfoma de MALT).
 
A deteção do Hp pode ser feita por meios não invasivos ou por meios invasivos. É precisamente com recurso a meios invasivos que pode colher-se material biológico (biópsia), por via endoscópica (Serviço de Gastroenterologia), para posterior observação e avaliação pela Anatomia Patológica (Serviço de Anatomia Patológica), e assim perceber a localização e extensão da colonização da bactéria no epitélio, para classificação da lesão. Através do material da biópsia pode ainda avaliar-se a progressão e regressão da infeção.
 




Teste ginecológico de Papanicolaou

O que é o teste de Papanicolaou?
É uma análise simples e de extrema importância, pois permite detetar precocemente lesões pré-malignas ou cancros em fase inicial do colo do útero.
 
A colheita feita numa consulta de ginecologia, para obtenção de células do colo do útero (células do epitélio descamam ou soltam naturalmente), é enviada para o laboratório de Anatomia Patológica, onde após processamento e coloração específica, as células são observadas e estudadas ao microscópio ótico.
 
O Técnico de Anatomia Patológica executa todo o procedimento laboratorial e pode efetuar a primeira leitura da amostra, seguindo depois para o patologista.
 
As células com características anómalas, diferenciam-se das restantes por terem núcleos maiores e irregulares.
 
Porém, esta análise ou teste de Papanicolaou, tem algumas limitações, como seja o facto de não detetar a presença de vírus, como o HPV. A pesquisa de HPV - nomeadamente dos tipos de alto risco e associados ao cancro do colo do útero - é feita através de testes de análise de DNA.
 
Nota: O Vírus do Papiloma Humano (HPV) – é um vírus transmitido através de contacto físico e que provoca alterações localizadas, nas mucosas de revestimento e na pele. Existem mais de 100 tipos de vírus diferentes: uns de baixo risco e que provocam verrugas na pele (zona genital), e outros de alto risco, que podem provocar cancro, nomeadamente do colo do útero.