Projeto de Telerreabilitação do CHL vence terceira edição do Prémio Inovação NOS

Projeto de reabilitação pioneiro foi o escolhido na categoria Grandes Empresas

O projeto de Telerreabilitação desenvolvido pelo Serviço de Medicina Física e Reabilitação (SMFR) do Centro Hospitalar de Leiria acaba de ser anunciado como vencedor na categoria Grandes Empresa na 3ª edição do Prémio Inovação NOS. Este projeto, pioneiro no País, consiste numa plataforma de telerreabilitação para a patologia osteoarticular crónica do joelho e do ombro, uma solução integrada para reabilitar utentes com uma das patologias crónicas mais comuns, bem como uma das principais causas de dor e incapacidade nos adultos.
 
O projeto é dinamizado em colaboração com os Agrupamentos de Centros de Saúde do Pinhal Litoral e Oeste Norte, a SWORD Health, empresa responsável pelo desenvolvimento da plataforma de telerreabilitação, e a NOS. Definido pelo júri como «uma parceria inesperada entre um hospital público e uma startup», o programa é, segundo Alexandra Borges, vogal do Conselho de Administração do CHL, «a demonstração de que a inovação acontece no sector público e num hospital público como é o CHL. O que diferencia este projeto e o torna verdadeiramente inovador é, mais do que a tecnologia, uma forma diferente e pioneira de organização de cuidados, criando circuitos diferentes, e conseguindo de uma forma muito harmoniosa e eficaz integrar os cuidados hospitalares, os cuidados de saúde primários e uma empresa do sector privado».
 
O programa inclui exercícios pré-definidos de acordo com a patologia, e é efetuado de forma autónoma, no domicílio, seguindo as instruções fornecidas através da plataforma informática. A colocação de sensores permite ao doente ter um feedback relativamente ao cumprimento do plano, assim como a sua monitorização à distância. Alexandra Borges revela que, «além da qualidade dos cuidados, há outros aspetos que este programa beneficia, como a abrangência dos cuidados, já que nos permite chegar a mais pessoas, e também garantir-lhes o conforto de poderem desenvolver a terapia nas suas casas, acompanhados a todo o momento por profissionais de reabilitação».
 
Mafalda Bártolo, diretora do SMFR do CHL, sublinha a «grande satisfação nesta distinção, que reconhece um trabalho de equipa muito significativo no apoio aos utentes deste Centro Hospitalar». «Estamos a trabalhar diariamente para melhorar ainda mais o projeto e as sinergias entre todos os parceiros, e cremos que os nossos utentes poderão aprender os exercícios e integrá-los na sua rotina diária, assim como, no futuro, beneficiar de novos protocolos para outras patologias», explica, acrescentando que «estão de parabéns também os utentes, que receberam muito bem o programa e o cumprem de forma exemplar».
 
Desde o início do mês de março foram incluídos no Programa cerca de 50 doentes, que realizaram o plano de exercícios definido num regime de cinco a sete dias de tratamento por semana, durante quatro semanas. Sendo possível acompanhar 30 doentes em simultâneo por mês, estima-se que este programa inovador possa chegar a cerca de 200 doentes em 2018. 
 
A seleção dos doentes começou a ser feita a partir da lista de espera existente para fisioterapia. Por se tratar de patologia osteoarticular crónica, os doentes estavam incluídos na lista de espera de não prioritários. Actualmente, os doentes que são enviados à consulta de Fisiatria com patologia degenerativa do ombro ou joelho, e cumprem os restantes critérios para o programa de telerreabilitação, são referenciados diretamente para este programa de exercício terapêutico domiciliário.
 
A fisioterapeuta da Sword Health articula com o Centro de Saúde do doente e efetua a visita domiciliária inicial, na qual se faz a avaliação do doente, a entrega do material, o ensino da utilização do programa, e a explicação dos exercícios. A fisioterapeuta acompanha o doente durante todo o processo, monitorizando os dados disponíveis no portal da plataforma, nomeadamente os detalhes de cada sessão e a evolução do paciente. Sempre que necessário são realizadas chamadas telefónicas de follow up e deslocações ao domicílio. No final do plano, o doente é reavaliado através de escalas objetivas, visando a avaliação das amplitudes articulares, funcionalidade e qualidade de vida.

30 de junho de 2018