«Reduzir o impacto das perturbações mentais deve ser uma prioridade de todos»

Cláudio Laureano, diretor do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do CHLP
 
«Reduzir o impacto das perturbações mentais deve ser uma prioridade de todo», afirmou Cláudio Laureano, diretor do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar Leiria-Pombal (CHLP), na sessão comemorativa que assinalou, hoje, dia 10 de outubro, o Dia Mundial da Saúde Mental no CHLP. «Ainda muito trabalho haverá a fazer para assegurar um acesso equitativo a cuidados de saúde mental de qualidade, não esquecendo os grupos vulneráveis, e promovendo e protegendo os direitos humanos», salientou.

Ao comemorar-se o Dia Mundial da Saúde Mental, evento que a Organização Mundial de Saúde promove desde 1992, pretendeu-se promover uma discussão aberta do tema, aumentando a consciência de todos sobre estas questões. Calcula-se que mais de 450 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de algum tipo de perturbação mental e sabe-se que mais de metade não recebe tratamento adequado, seja por preconceito, falta de informação ou dificuldades de acessibilidade.

A Sessão Comemorativa foi moderada pelos psiquiatras António Cabeço e Susana Almeida, estando a primeira intervenção a cargo do pedopsiquiatra Mário Jorge, chefe de serviço do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, com o tema «A família e a Saúde Mental das crianças e adolescentes». O especialista destacou a importância dos afetos no desenvolvimento infantil, de forma a assegurar um crescimento saudável e uma idade adulta estável.

Mário Simões, psiquiatra da consulta de gerontopsiquiatria do CHLP participou com a intervenção «A Saúde Mental numa nova etapa da vida», recordando que 2012 é o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e realçando a importância de manter, ao longo da vida, um risco baixo de doença, uma atividade física e mental adequada à idade e uma vida ativa em termos pessoais e sociais, com relações interpessoais benéficas. Falou ainda dos maus tratos que sofrem muitos idosos, físicos e psicológicos, que influenciam negativa e definitivamente a sua saúde mental.

Jorge Leiria Lopes, psiquiatra da Clínica de Psiquiatria e de Saúde Mental da Direção Geral dos Serviços Prisionais abordou o tema «A Saúde Mental em meio prisional», dando uma perspetiva pessoal do seu trabalho ao longo de 20 anos neste contexto social muito particular. Falou da sua equipa, condições de trabalho e patologias que mais afetam as pessoas em situação social desfavorecida e em ambiente de reclusão.

O Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar Leiria-Pombal, a funcionar no Hospital de Santo André, em Leiria, é composto por uma Unidade de Internamento de Doentes Agudos, uma Unidade de ambulatório de Consultas Externas, Apoio Domiciliário de Enfermagem e Serviço Social, Clínica de Tratamentos Injetáveis de Ação Prolongada, e ainda uma Unidade de Internamento de Doentes em Evolução Prolongada de Psiquiatria (UIDEPP), prestando também apoio ao Serviço de Urgência.

No âmbito da Psiquiatria e Psicologia Forenses, o Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental articula-se com os tribunais da área de abrangência do CHLP, onde são dados pareceres clínicos no contexto de Perícias Médico-Legais.

Leiria, 10 de outubro de 2012