Diretor do Serviço de Cardiologia do CHL conclui doutoramento em Medicina

João Morais, diretor de Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), realizou no passado dia 3 de abril, a sua prova de doutoramento na aula magna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). “Estratégias de abordagem dos doentes admitidos por Síndroma Coronária Aguda num Hospital não-terciário” foi o tema da dissertação que concedeu a João Morais o título de Doutor em Medicina, por unanimidade do júri da prova.
A tese de doutoramento, orientada por Cassiano Abreu e Lima e Júlia Maciel, professores da FMUP, teve como base a sua experiência no tratamento de cerca de mil doentes com enfarte do miocárdio que tiveram alta do Hospital de Santo André (HSA), unidade hospitalar de Leiria do CHL, entre 2002 e 2008, comparando esta série com outras de hospitais semelhantes e de nível superior. João Morais analisou as características particulares das estratégias de abordagem nestes doentes, destacando a eficácia na aplicação das recomendações internacionais.
«A experiência do Hospital de Santo André, hoje Centro Hospitalar de Leiria, pode constituir um bom exemplo de como se pode fazer bem, muitas vezes sem as condições ideais para tal. O Serviço de Cardiologia do CHL tem registado, ao longo dos últimos anos, profundos melhoramentos neste domínio com a introdução de tecnologia de ponta», afirma o agora doutor João Morais. «A análise desta série de doentes permite hoje um conhecimento profundo sobre as características dos doentes que nesta instituição são tratados e deste modo estabelecer linhas de orientação locais, estratégias e planos que melhorem a resposta, a eficácia e eficiência daquilo que se faz», acrescenta.
Os resultados da investigação atestam que a aplicação das recomendações é de nível elevado e, em algumas áreas, superior à de outras instituições com características semelhantes, sendo um processo criativo que visa adaptações locais, sem perda de eficácia. Em condições menos favoráveis podem ser alcançados resultados que em nada se afastam dos centros mais equipados e melhor apetrechados para aquele tratamento.
João Morais admite que «a investigação desenvolvida reflete o trabalho realizado no Serviço de Cardiologia do CHL, que tem visibilidade e credibilidade no panorama da cardiologia portuguesa. E mais importante ainda é a possibilidade de reforçar a parceria com as instituições académicas e a participação na investigação de saúde em Portugal».
«Este reconhecimento premeia todo o mérito e prestígio do Dr. João Morais, a sua competência profissional e qualidades pessoais aliadas à sua invulgar capacidade de trabalho, têm contribuído indelevelmente para a afirmação do CHL», declara Hélder Roque, presidente do Conselho de Administração do CHL. «É uma honra e um grande orgulho para a nossa instituição esta distinção, que nos credibiliza e reforça a nossa imagem de confiança. Desejo ao Dr. João Morais que o seu trabalho continue a fortalecer o nosso projeto de saúde hospitalar».
Como diretor da Cardiologia do CHL, João Morais coordena a Unidade de Hemodinâmica e Intervenção Cardiovascular, a mais recente e avançada a funcionar em Portugal. Este serviço dispõe de um equipamento de imagem e equipamentos de avaliação cardíaca que permitem a intervenção em duas áreas distintas, o chamado cateterismo cardíaco, quer para diagnóstico, quer para terapêutica, e a área de implantação de dispositivos para tratamento de arritmias, os chamados pacemakers.
A criação desta nova unidade permitiu otimizar o tratamento dos doentes com enfarte agudo do miocárdio, permitindo inserir o Centro Hospitalar na rede de referenciação para tratamento desta situação, desenvolvendo a Via Verde Coronária e, desse modo, tratando localmente e em tempo útil todos os doentes da região. Em finais de 2010 foi inaugurada a Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos, onde são assegurados o tratamento e a vigilância dos doentes de mais alto risco, em especial os doentes com enfarte agudo do miocárdio.
O júri do doutoramento foi presidido por Raquel Soares, vice-presidente do conselho científico da FMUP, tendo como vogais os professores Fausto José Pinto e Victor Manuel Gil, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Cassiano Abreu e Lima, Joaquim Adelino Moreira e José Carlos Cardoso, da FMUP, e Henrique José Carvalho, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.
João Carlos Araújo Morais é médico cardiologista desde 1988 e diretor do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Leiria desde 2001. Detém o título de cardiologista europeu e fez parte de vários organismos da European Society of Cardiology, onde atualmente é vice-presidente do grupo de trabalho europeu na área da Trombose e em setembro será designado presidente. O médico do CHL integrou cinco direções da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e foi membro fundador da Competência em Emergência Médica e coordenador do grupo de trabalho que estudou a utilização de desfibrilhadores cardíacos por não médicos.
João Morais é autor e co-autor de cerca de 250 trabalhos científicos em revistas prestigiadas da especialidade, colabora com os mais importantes centros mundiais de investigação cardiológica, e é o criador e responsável da plataforma educacional “Challenges in Cardiology”.