CHL integra projeto inovador para monitorização de utentes no Serviço de Urgência Geral

Projeto “SafeTrack” permitirá maior segurança dos utentes e apoio aos profissionais

“SafeTrack – Dispositivos miniaturizados sem fios para monitorização contínua de utentes no Serviço de Urgência” é o nome do estudo observacional, coordenado pela investigadora principal, Sandrine Mendes, técnica superior do Serviço de Patologia Clínica do CHL, que teve início a 1 de janeiro deste ano e envolve o Serviço de Urgência Geral (SUG), a Unidade de Internamento de Curta Duração (UICD) e o Serviço de Patologia Clínica do CHL. São ainda investigadores coordenadores, Maria Pedro Guarino, do ciTechCare do Politécnico de Leiria, e Sandra Neves, do LIDA – Laboratório de Investigação em Design e Artes do Politécnico de Leiria, e co-investigadores, Ricardo Castro, Cláudio Quintaneiro, Luísa Pinto e Teresa Peralta, profissionais do CHL, Nuno Lopes, do ciTechCare, e Elga Ferreira, do LIDA.
 
«O projeto SafeTrack tem por objetivo desenvolver um dispositivo que faça a monitorização contínua dos utentes do Serviço de Urgência, dando maior segurança aos utentes e, simultaneamente, apoiar o trabalho dos profissionais de saúde», explica Sandrine Mendes. «O utente portador deste dispositivo está permanentemente monitorizado e qualquer resultado anormal é enviado para o profissional de saúde. A grande mais-valia deste dispositivo será monitorizar e localizar os doentes no SUG, permitir um acompanhamento permanente e auxiliar os profissionais de saúde na sua atividade assistencial.»
 
Este projeto pretende dar resposta à necessidade de monitorização contínua de utentes, cujo estado clínico se altera repentinamente durante o período de observação, bem como em situações de doença aguda, internados no SUG. O estudo propõe co-desenhar o serviço de monitorização e localização de utentes para o serviço de urgência em conjunto com os profissionais de saúde e os representantes de utentes. 
 
O novo serviço engloba: o desenvolvimento de dispositivos multissensoriais, miniaturizados, e sem fios destinados a serem aplicados no corpo dos doentes, permitindo a monitorização de parâmetros vitais e de variáveis eletroquímicas; criar alertas de alterações fisiológicas que comprometam o estado de saúde do utente; criar alertas de localização sempre que o utente se movimente no espaço físico do serviço de urgência ou abandone o SUG sem comunicação prévia ao profissional de saúde.
 
O projeto divide-se em seis fases: estudos preliminares, especificações e conceção, construção de protótipos, testes e ensaios, divulgação e gestão de projeto. «Atualmente estamos na primeira fase, na qual se avalia o estado da arte sobre dispositivos médicos de monitorização e se ausculta os profissionais de saúde do SUG e os utentes para otimizar o design, estrutura e localização do dispositivo», refere Sandrine Mendes.
 
Esta primeira fase contempla um exploratório que pretende redesenhar o serviço de monitorização e localização de utentes com a coparticipação de profissionais de saúde e representantes de utentes (que já tiveram alta hospitalar entre uma a duas semanas e tenha sido monitorizado durante o internamento no SUG), através da realização de workshops, que decorrem no ciTechCare, para a transcrição gráfica das ideias sob a forma de mapas visuais, para assim ajudar para o desenvolvimento do protótipo digital do novo serviço de monitorização e localização de utentes. 
 
As ferramentas e técnicas de design serão desenhadas e desenvolvidas a partir da revisão de literatura em métodos de design. As ideias validadas serão objeto de prototipagem, para uma demonstração da interface gráfica digital interativa: sensores para serem colocados nos utentes, para emitir sinais de alarme em rede para identificação de ocorrências e localização de utentes no espaço do SUG; dispositivos médicos mais pequenos para visualização de informação; interface gráfica para processamento e visualização da informação.
 
Esta investigação pertence a um consórcio multidisciplinar que envolve a empresa tecnológica Wiseware, Lda – Engineering Solutions, como promotor líder, a empresa da indústria de moldes DreamPlás, uma empresa de divulgação e distribuição de produtos médicos, EPJ Medica, o Politécnico de Leiria e o CHL. Este projeto, aprovado pelo Portugal 2020, termina a 30 de junho de 2023, com uma duração de 31 meses. O estudo observacional tem um orçamento total previsto de 922.420,23 euros, dividido pelas várias entidades que o compõem, e é suportado pelo Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (SI I&DT).


9 de dezembro de 2021.