CHL é um dos primeiros do País a combater a falsificação de medicamentos

Sistema garante a qualidade dos produtos e a segurança dos utentes
O Centro Hospitalar de Leiria tem em funcionamento um sistema inovador que permite detetar medicamentos falsificados. O CHL é assim um dos primeiros hospitais do País a cumprir a diretiva europeia que estabelece um código comunitário relativo aos medicamentos para uso humano, para impedir a introdução de medicamentos falsificados na cadeia de abastecimento legal, e que prevê que este tipo de sistemas seja aplicado a todos os hospitais e farmácias comunitárias (de venda ao público) na União Europeia.
 
A diretiva explica que se regista na União Europeia «um aumento alarmante de medicamentos que são falsificados no que diz respeito à sua identidade, história ou origem. Esses medicamentos contêm normalmente componentes fora das especificações ou falsificados, ou não contêm um ou mais componentes, ou contêm componentes – incluindo sustâncias ativas – em dosagens incorretas, representando uma ameaça séria para a saúde pública». O mesmo documento define a importância de se criarem e harmonizarem dispositivos de segurança na União, que devem permitir verificar a autenticidade e identificar cada embalagem, bem como comprovar a sua eventual adulteração.
 
O sistema do CHL envolve a verificação manual da integridade de cada embalagem de medicação rececionada no Serviço Farmacêutico, assim como da integridade do dispositivo de prevenção de adulteração do medicamento (que sela a embalagem). Segue-se a verificação da autenticidade, através de leitura digital, do identificador único de cada embalagem, uma a uma: os medicamentos são assim "localizados" informaticamente no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Caso algum dos códigos de cada embalagem não exista, esteja errado, ou tenha sido picado noutro local do país (hospital ou farmácia), o sistema dá o alerta imediatamente.
 
Joaquina Sanganha, diretora do Serviço Farmacêutico do CHL, explica que é um processo muito moroso mas que é uma garantia da segurança dos medicamentos: «É uma garantia de qualidade para o SNS, que paga pelo medicamento que está a ser dispensado e não por um medicamento falsificado, é uma garantia para o farmacêutico que tem a certeza que dispensa produtos de qualidade e de origem autorizada, e é uma garantia para os utentes que sabem que o produto é seguro e não adulterado». 
 
«É um sistema que apesar de toda a restruturação que envolveu no serviço, faz todo o sentido, porque nesta casa a qualidade e a segurança são uma preocupação constante, estão no centro da nossa atividade. A implementação desta diretiva europeia vem reforçar o foco do CHL na segurança do doente, já plasmado na acreditação da instituição pela Joint Commission International, um selo de qualidade cujo foco é precisamente a segurança do doente».
 
O sistema do CHL, que está em funcionamento desde meados de julho, envolveu a aquisição e integração de um programa específico na plataforma informática do Serviço Farmacêutico, assim como dos leitores de códigos, que representaram um investimento de cerca de 5.000 euros para o centro hospitalar. Além da reorganização da sala de receção da medicação, e da implementação de processos mais rigorosos no que toca à gestão de stock, o funcionamento do sistema implica a alocação de mais um assistente técnico, um assistente operacional, e de um técnico superior de diagnóstico e terapêutica ao Serviço Farmacêutico. 

30 de julho de 2019.