Centro Hospitalar de Leiria apresenta futuro de modernização, diversificação e diferenciação

Projeto estratégico 2018-2022 une a região no objetivo da melhoria dos cuidados de saúde
Aposta no crescimento, modernização, diversificação, maior integração na região e na rede de cuidados de saúde, e diferenciação, são algumas das linhas definidas pelo Centro Hospitalar de Leiria no “Projeto Estratégico 2018-2022. O documento, intitulado “Reflexão estratégica para uma nova visão institucional – Linhas de orientação”, foi apresentado a diversas entidades da região e do País nas últimas semanas, promovendo a união de todos em torno de um projeto de saúde, e tendo em vista perspetivar o que vai ser este Centro Hospitalar num futuro que se deseja próximo.
 
«Com este documento, de forma sistematizada, detalhamos o caminho percorrido e o desenvolvimento futuro que a comunidade que servimos necessita, e que nos cumpre assegurar de forma organizada, estruturada e integrada nas redes de cuidados de saúde», explica Helder Roque. «Queremos criar uma dinâmica de planeamento de desenvolvimento estratégico, que concretize um novo ciclo para o CHL, na medida em que, sendo o futuro cada vez mais presente, é necessário identificar e prosseguir, claramente, as orientações e objetivos estratégicos que devem orientar as nossas ações», sublinha.
 
O Projeto Estratégico 2018-2022 baseia-se num trabalho aprofundado sobre a envolvente, das necessidades dos utentes, e da própria evolução do CHL, para avançar com os objetivos futuros e as linhas que orientarão a atuação do Centro Hospitalar nos próximos anos. O documento surge da importância do planeamento numa instituição de saúde com clara vocação regional, que integra três hospitais e que serve uma vasta região (565,09 Km2), com uma população significativa (400.000 habitantes), em que se combina uma parte de utentes muito idosa e outra muito jovem e laboriosa, e em que é absolutamente crítico garantir o desenvolvimento sustentável, a todos os níveis.
 
Começando por analisar o contexto, a evolução recente e a situação atual do CHL, o documento revisita os momentos mais marcantes da construção do Centro Hospitalar, nomeadamente com a edificação do Hospital de Santo André, e o processo de integração dos hospitais de Alcobaça e Pombal, em 2011 e 2013, respetivamente, com as consequentes alterações à dimensão e perfil da população servida e necessária adequação do perfil assistencial. O Projeto Estratégico foca ainda o papel e o posicionamento do CHL no contexto da rede hospitalar do SNS, afirmando a necessidade de reorganizar esta rede e atribuir ao Centro Hospitalar novas capacidades assistenciais.
 
Não colocando de parte os desafios, mas colocando o enfoque nas oportunidades, o CHL perspetiva algumas áreas em que o Centro Hospitalar pode e deve evoluir, nomeadamente: a diferenciação de especialidades clínicas tendo em conta o alargamento da área de influência; a diversificação de soluções assistenciais inovadoras com equipas multidisciplinares alargadas; a alteração do quadro legislativo relativo à autonomia da gestão hospitalar; o incremento do quadro de pessoal técnico qualificado, com reflexos na qualidade organizativa; e a aposta na investigação e formação profissional.
 
Analisada a situação atual, que serve de ponto de partida para o necessário planeamento que garanta um futuro de crescimento e sustentabilidade, o Projeto Estratégico propõe uma nova visão para o Centro Hospitalar de Leiria, focada no utente e na garantia da oferta de cuidados assistenciais de qualidade, em que se integra uma perspetiva renovada e atualizada em cinco dimensões: uma nova abordagem do papel assistencial do CHL; uma nova perspetiva da organização da prestação de cuidados; uma nova visão de cooperação interinstitucional; um novo modelo de gestão; e uma nova exigência de meios e de recursos.
 
O CHL apresenta oito eixos estratégicos fundamentais que nortearão a sua atuação entre 2018 e 2022, e que refletem a visão renovada e atualizada para esta instituição. O CHL como unidade hospitalar de referência de toda a população da sua área de influência é o primeiro desses eixos, que implica colocar em ação medidas como o reforço do internamento, da área ambulatória e dos serviços de apoio. 
 
O segundo eixo aborda um CHL reforçado nas suas funções assistenciais, dotado de novas especialidades médicas, e com consolidação e alargamento da sua carteira de serviços, com foco na diversificação e diferenciação, e no alargamento da carteira de serviços, nomeadamente de Cirurgia Vascular, Doenças Infeciosas, Nefrologia, Reumatologia e Neurocirurgia. Um CHL dotado das instalações e equipamentos necessários ao desempenho das suas renovadas funções assistenciais é a terceira linha estratégica definida, de forma a aumentar a lotação, avançar com a remodelação do bloco operatório, criar uma Unidade de Cuidados Paliativos e uma Unidade de Cuidados de Convalescença.
 
O incremento da articulação com a rede e cuidados do SNS é o quarto eixo estratégico apontado, nomeadamente com os cuidados de saúde primários, com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e com a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. A inovação na prestação e a melhoria dos cuidados é a quinta linha de orientação, através do alargamento do Hospital de Dia, o reforço da cirurgia ambulatória, em particular no Hospital Distrital de Pombal e no Hospital de Alcobaça Bernardino Lopes de Oliveira, da criação da Unidade de Hospitalização Domiciliária e do aumento da teleconsulta.
 
O sexto eixo estratégico propõe um CHL com mais qualidade na organização e nos processos, com foco na manutenção da acreditação pela Joint Commission International, que tem desde 2012, no alargamento do número de centros de referência e na certificação de áreas específicas.
 
Um CHL com recursos humanos motivados, nas quantidades necessárias e com as qualificações e competências apropriadas é o sétimo eixo apresentado, com aposta em quadros técnicos competentes, na crescente diferenciação e especialização e na promoção de programas de desenvolvimento e investigação. O oitavo eixo estratégico corresponde à sustentabilidade económica e financeira, essencial para o sucesso de um crescimento positivo, nomeadamente através do reforço da autonomia das estruturas intermédias, no desenvolvimento dos centros de responsabilidade integrada, e na promoção da eficiência e da produtividade.

29 de outubro de 2018