Centro Hospitalar de Leiria alerta para cuidados a ter em dias de calor extremo

Recomendações estendem-se à boa utilização do Serviço de Urgências

Tendo em conta a onda de calor extremo esperada para os próximos dias, o Centro Hospitalar de Leiria alerta os seus utentes para os cuidados que devem ter para se proteger, evitando as desidratações, o agravamento de doenças crónicas, e até situações mais graves como o esgotamento ou o golpe de calor, que podem provocar danos irreversíveis na saúde, ou inclusive levar à morte. «É importantíssimo ter muito cuidado e seguir as recomendações de prevenção, acautelando igualmente a correta utilização dos serviços de urgência, que devem apenas ser usados em situações de real emergência, permitindo que estes funcionem adequadamente», sublinha Elisabete Valente, diretora clínica do CHL.
 
De acordo com a Direção Geral de Saúde, «são vários os efeitos negativos que o contacto solar prolongado pode ter, dado que o corpo humano, quando é exposto a temperaturas mais elevadas do que a ambiente, vai absorver esse calor e, consequentemente, aumentar a temperatura corporal interna. A forma como o organismo reage a esse aumento de calor e os efeitos negativos que advêm dessa circunstância são diferentes em cada pessoa, podendo variar de um ligeiro rubor, desidratação, edema, desmaios, cãibras e, em situações extremas, até mesmo à perda de vida».
 
«É preciso ter atenção às pessoas mais vulneráveis, designadamente as crianças nos primeiros anos de vida, as pessoas com 65 ou mais anos, portadores de doenças crónicas e pessoas que desenvolvem atividades no exterior, que devem reforçar os cuidados», explica Elisabete Valente. Os idosos e as crianças menores de três anos são dois grupos particularmente vulneráveis aos efeitos do calor, que se traduzem, fundamentalmente, pela desidratação (perda de água pelo organismo através da transpiração, urina e fezes - sobretudo diarreia), e, no caso dos idosos, a sensibilidade à sede encontra-se diminuída, pelo que não sentem necessidade de beber líquidos, mesmo que estejam desidratados.  
 
Assim, as principais recomendações da Direção Clínica do CHL são: ingerir bastante água (ou sumos de fruta natural), sobretudo nos dias de maior calor, com especial atenção aos idosos, que deverão beber água mesmo que não manifestem sede); evitar bebidas como o chá forte, café ou bebidas alcoólicas (já que favorecem a formação de urina); manter-se em locais ventilados e arejados (sobretudo as crianças e os idosos), por exemplo mantendo as casas frescas, com persianas e portadas fechadas durante as horas de maior calor; evitar a exposição ao sol e ao calor (sobretudo entre as 11 e as 17 horas), procurando locais frescos e à sombra; usar chapéu sempre que saia à rua, e preferir roupa de cor clara e de preferência de algodão; evitar a prática de esforços físicos intensos em alturas de maior calor; fazer refeições leves e repartidas; manter a vigilância próxima e regular dos idosos que vivem sozinhos, sobretudo nos dias de maior calor. 
 
Elisabete Valente recorda que «os utentes devem dirigir-se às urgências hospitalares apenas em situações previsivelmente graves, ou em que a demora de diagnóstico e/ou tratamento possa acarretar graves riscos para a saúde, e estes casos são habitualmente referenciados pelo médico de família ou pelo INEM», alertando que «a colaboração dos cidadãos é essencial para que os serviços de urgência possam funcionar bem, e dar resposta aos casos realmente graves».
 
Nos serviços de urgência, terão prioridade as emergências, ou seja, situações em que a vida do utente corra perigo (acidentes significativos, intoxicação, convulsões, etc.), as doenças súbitas (dor aguda, grande traumatismo, hemorragias, queimaduras, etc.), e os doentes referenciados (portadores de carta com pedido de observação efetuado pelo médico de família/assistente).
 
Se não souber como deve proceder, o utente deve, antes de sair de casa contactar, por telefone, a linha SNS 24 – 808 24 24 24 para se aconselhar antes de se deslocar à urgência do hospital – se for necessário, o utente será devidamente encaminhado. Se precisar de ser visto por um profissional de saúde, o utente deve dirigir-se em primeiro lugar ao seu médico de família, no centro de saúde, ou ao seu médico assistente; caso não tenha sido possível ser observado pelo seu médico, deve recorrer à Consulta Aberta do seu centro de saúde, ou ao Serviço de Atendimento Prolongado (SAP).