Curiosidades sobre exames

O que é que acontece às biópsias e peças cirúrgicas? E porque é que os resultados da sua análise levam mais tempo do que aquele que desejaria?

 
As biópsias e peças cirúrgicas extraídas para análise são enviadas para o Laboratório de Anatomia Patológica, onde serão devidamente estudadas. 

Não, não é como nos filmes em que se coloca o fragmento biológico no microscópio e a avaliação é feita no imediato. Pelo contrário, os fragmentos (biópsias ou peças cirúrgicas) são sujeitos a um conjunto de etapas, efetuadas pelos Técnicos Superiores de Anatomia Patológica, até ser possível a elaboração do seu relatório final, por parte do médico Anatomopatologista.

Numa primeira fase, tem que se fixar o fragmento num reagente preservante (Formol), por forma a evitar a putrefação do mesmo.  Consoante o seu tamanho e consistência, este processo demora entre umas horas a uns dias. 
Com o fragmento já completamente fixado, procede-se à sua avaliação "a olho nu" (descrição, disseção e seleção macroscópica). A macroscopia é uma etapa, que dependendo do tamanho e da complexidade do fragmento em si, demora entre uns minutos a mais de uma hora.




Após este passo, os fragmentos anteriormente selecionados para análise microscópica sofrem um processamento de duas a quatro horas no caso de serem biópsias, ou de 12 a 14 horas caso sejam peças cirúrgicas, para que possam ser cortados em finas fatias que são colocadas em lâminas de microscópio. A etapa do corte também requer o seu tempo e perícia.







Os cortes, já nas respetivas lâminas, têm que ser corados para que as diferentes estruturas tecidulares e celulares possam ser visualizadas ao microscópio. A coloração demora aproximadamente uma hora.




Finalmente, as análises enviadas para o laboratório de Anatomia Patológica estão prontas para serem avaliadas pelo Anatomopatologista.





Pode acrescer-se ainda a necessidade da execução de exames ditos especiais (como é o caso da Imunocitoquímica e da Biologia Molecular) o que implica mais horas para a sua concretização.

Só então sairá o tão aguardado resultado da análise solicitado pelo médico requisitante, sob a forma de um relatório antomopatológico. Este relatório final, para além de um diagnóstico anatomopatológico, a maioria das vezes também determina o prognóstico e, consequentemente, uma orientação terapêutica para o doente em questão.