Cuidador Informal

O Cuidador Informal na ótica da Hospitalização Domiciliária
O Cuidador é quem acompanha e cuida da pessoa com algum grau de dependência ou incapacidade (seja esta permanente ou transitória). É o principal responsável pelos cuidados necessários ao bem-estar da pessoa a seu cargo.  
 
A Hospitalização Domiciliária é cada vez mais uma realidade em Portugal, tendo por missão contribuir para o melhor nível possível de saúde e bem-estar da população, que necessitem transitoriamente de cuidados de nível hospitalar, oferecendo-lhes um serviço de qualidade, com o rigor clínico e a visão holística e humanizada da Medicina, no conforto do seu domicílio.  
 
Para garantir a adequada prestação de cuidados em hospitalização domiciliária é fundamental a presença de um cuidador capacitado, habilitado a desenvolver ou a melhorar um conjunto de aptidões e conhecimentos essenciais à evolução favorável do doente durante o seu internamento. Preconiza-se que os cuidados de saúde devam ser personalizados e de proximidade, o que implica uma adaptação da educação transmitida ao cuidador.  
              
O Cuidador Informal, geralmente, faz parte da rede social da pessoa doente. Pode ser um familiar ou um amigo, que durante o internamento, convive com o doente e assume o seu cuidado. Sabemos que ser Cuidador Informal pode ser um desafio, carregado de responsabilidades e exigências, que variam consoante as necessidades do doente e do seu internamento.  
 
Apesar do principal objetivo do internamento em Hospitalização Domiciliária ser o tratamento da patologia aguda do doente internado, é também uma preocupação diária da equipa assegurar o bem-estar do cuidador, a sua educação em saúde e para a doença, assim como a sua segurança na prestação de cuidados. Neste sentido, os principais benefícios da visita domiciliária presencial estão relacionados com o vínculo que se estabelece entre a equipa de saúde e o doente e seu cuidador.  
 
O nível de proximidade conseguido permite uma melhor identificação e deteção das necessidades de cuidados no domicílio (adequada à situação de cada doente e cuidador) e aplicação de medidas apropriadas para o seu êxito fora do ambiente hospitalar. A educação do cuidador foca-se em vários parâmetros, como a prevenção de acidentes ou quedas, feridas e úlceras de pressão, posicionamento do doente, acondicionamento dos medicamentos, gestão do regime terapêutico e do plano nutricional, entre outros.  
 
Conseguimos assim perceber que o Cuidador Informal é uma personagem de enorme importância, com vista à melhoria do estado clínico da pessoa internada, assim como para o apoio nas atividades de vida diária. O familiar/amigo que cuida, é uma peça fulcral do internamento em hospitalização domiciliária, sem o qual o nosso trabalho não seria possível.
 
Artigo elaborado por:
Adriana Santos Silva, médica da Unidade de Hospitalização Domiciliária do CHL
Paula Jorge, enfermeira da Unidade de Hospitalização Domiciliária do CHL



O Cuidador Informal na ótica dos Cuidados Paliativos

Para além dos cuidados essenciais para a pessoa doente, os profissionais devem direcionar os seus esforços para os familiares, com o objetivo de fortalecer o seu papel, acompanhando-os e possibilitando que a família recupere a confiança, às vezes perdida, nas suas capacidades de cuidar. 
 
Neste contexto, e na ótica dos Cuidados Paliativos, o termo confiança não traz consigo a carga semântica da cura, mas sim da consciência das nossas próprias habilidades e da possibilidade de alcançar a morte da melhor maneira possível.
 
A situação de doença incurável, progressiva e terminal traz para o doente um pesado impacto emocional, tendo um efeito semelhante na família, uma vez que, frequentemente, esta não se encontra preparada para lidar com o que a doença e o prognóstico implicam.
 
A Organização Mundial de Saúde (WHO, 2011) considera o atendimento às necessidades dos cuidadores um dos principais objetivos dos cuidados paliativos.
 
As quatro necessidades fundamentais da família do doente são:
- Necessidade de informação (informação clara, concisa, realista e respeitosa: conhecendo e entendendo o processo de doença, o significado dos sintomas, objetivos e implicações das intervenções terapêuticas; de poder discuti-los abertamente, de serem tomados em conta e consultados para tomar qualquer decisão);
- Necessidade de esperança;
- Necessidade de expressar sentimentos;
- Necessidade que o conforto e o cuidado ao seu doente e família sejam assegurados.
 

Com o objetivo de esclarecer as suas dúvidas sobre o estatuto de Cuidador Informal (como o requerer, quais os direitos e deveres do Cuidador informal, entre outros), as profissionais Adriana Azevedo e Melissa Lopes do Serviço de Cuidados Paliativos do CHL desenvolveram um documento de apoio. Consulte-o aqui