«Hoje a Pneumologia do CHL realiza todas as terapêuticas de última geração»

Salvato Feijó colocou, pela primeira vez no CHL, uma prótese na traqueia

«Hoje a Pneumologia do Centro Hospitalar de Leiria realiza todas as terapêuticas de última geração, prestando todos os cuidados, com a maior segurança e qualidade, aos seus utentes», revela Salvato Feijó, diretor do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de Leiria, que, recentemente, colocou, pela primeira vez no CHL, uma prótese na traqueia. O Serviço de Pneumologia foi totalmente reformulado e foram criadas novas instalações, em funcionamento desde julho de 2016, sendo possível, neste momento, tratar todas as obstruções, malignas e benignas, das vias aéreas.
 
«A colocação da primeira prótese na traqueia no CHL foi um grande passo no nosso serviço, e marca a nossa capacidade de diferenciação e especialização, já que somos hoje um serviço completo, capaz de realizar todos os procedimentos de diagnóstico e terapêutica», salienta Salvato Feijó. A prótese foi colocada numa paciente de 33 anos que, aos 31 anos, grávida, foi sujeita a uma laserterapia, anteriormente realizada por Salvato Feijó, para remoção de um tumor maligno raro na traqueia. «Esta intervenção e a radioterapia que a doente realizou, agressivas para a traqueia, resultaram no desenvolvimento de uma estenose, ou seja, o crescimento celular anormal, que obstruiu a traqueia – se antes poderia respirar através de uma via com 14mm de diâmetro, agora tinha apenas 6mm de diâmetro». Depois de auscultação e raio-x, a opção terapêutica foi a dilatação através de broncoscopia e a colocação de uma prótese.
 
O diretor da Pneumologia do CHL explica que «a intervenção, que é realizada por via endoscópica, decorreu dia 23 de março, e a paciente teve alta no dia seguinte, já recuperada. A prótese que colocámos é de silicone e tem uma forma semelhante à de uma ampulheta, que permite que fique segura na traqueia, mesmo com todos os amplos movimentos que este órgão realiza», relembrando que «a traqueia é um órgão extremamente complexo, que se movimenta vertical e horizontalmente, e é capaz de fazer expelir saliva – o que chamamos vulgarmente de “perdigoto” –, por exemplo, a 300 metros por segundo».
 
Recentemente o Serviço realizou também a primeira laserterapia, num caso de um doente com um tumor endobrônquico, procedimento que já repetiu, e realizou ainda duas remoções de próteses já implantadas.
 
«Estes são procedimentos de broncoscopia rígida – o aparelho utilizado chama-se precisamente broncoscópio, e pode ser rígido ou flexível, consoante o tipo de intervenção e de paciente – e servem para retirar corpos estranhos e tratamento de obstruções de origem maligna ou benigna», explica Salvato Feijó.
 
Desde a sua reformulação, em julho de 2016, e até ao final de fevereiro de 2017, o Serviço de Pneumologia realizou 4.511 consultas externas (3.248 de Pneumologia e 1.263 de Imunoalergologia), 6.874 exames de diagnóstico e terapêutica e 150 sessões de Hospital de Dia, entre outros serviços. Tem uma taxa de ocupação no internamento de 97,2%, com 276 internamentos realizados, «superando, em toda atividade assistencial, as expetativas iniciais», revela o diretor.
 
A equipa conta atualmente com cinco pneumologistas e um imunoalergologista, três técnicos de cardiopneumologia, três enfermeiros, três auxiliares e um técnico administrativo, e tem capacidade para, no mesmo espaço, seguir os doentes desde o diagnóstico ao tratamento, com Consultas Externas, Fisiopatologia Respiratória, Hospital de Dia, Unidade de Pneumologia de Intervenção com recobro especializado e unidade especial de descontaminação, e ainda um Laboratório do Sono para estudos polissonográficos do sono com dois quartos.
 
«A reformulação de serviços e equipamentos para uma maior especialização, maior inovação, maior diferenciação tecnológica e grau de complexidade e capacitação do Centro Hospitalar de Leiria, é uma aposta permanente e estratégica», refere Helder Roque, presidente do Conselho de Administração do CHL. O responsável adianta ainda que este esforço «tem permitido renovar unidades e serviços, adquirir tecnologia de ponta e adotar os mais avançados procedimentos médicos e cirúrgicos, numa constante melhoria nos cuidados assistenciais, reconhecidos pelas populações servidas pelo Centro Hospitalar e pelos cidadãos de outras regiões que escolhem esta unidade».

31 de março de 2017