Dia do Hospital de Alcobaça Bernardino Lopes de Oliveira que assinala 131 anos

«Esta é a marca do HABLO e dos seus profissionais: a capacidade de responder aos desafios em prol dos doentes»

«Esta é a marca do Hospital de Alcobaça Bernardino Lopes de Oliveira [HABLO] e dos seus profissionais: a capacidade de responder aos desafios que se perfilam, mostrando grande capacidade de adaptação e de resposta em prol dos doentes e da comunidade em geral», salientou Licínio de Carvalho, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), durante a cerimónia comemorativa do 131.º aniversário daquela unidade hospitalar, com enfoque na sua história, que decorreu no dia 24 de maio.
 
Além de destacar a recente inauguração no HABLO da Unidade de Internamento de Cuidados Paliativos e do início de funcionamento de uma viatura de Suporte Imediato de Vida, Licínio de Carvalho anunciou nesta sessão alguns projetos do CHL que em breve estarão concluídos. «Dentro de pouco tempo inauguraremos a nova unidade de ambulatório do Serviço de Pediatria, investimento de quase meio milhão de euros que vai deslocalizar, alargar e tornar mais funcional, para os doentes e para os profissionais, a resposta ambulatória da Pediatria. É a primeira alteração de fundo do Serviço de Pediatria desde a abertura do Hospital de Santo André, em 1995.»
 
«Estamos ainda confiantes que este ano possamos avançar com a Unidade de Convalescença no Hospital Distrital de Pombal. Projeto que reputamos de estratégico, que vai servir toda a nossa região, permitindo uma gestão mais racional do internamento do CHL, superior a 500 camas, e acelerar o processo reabilitador dos doentes no internamento, preparando-os para um regresso mais facilitado para o domicílio», destacou o presidente do Conselho de Administração do CHL.
 
«Para além destes projetos e de muitos outros em desenvolvimento, cumpre-nos destacar o início dos trabalhos para o novo plano estratégico do CHL, processo que se iniciou na passada semana e que perdurará nos próximos meses, conduzido por uma equipa interna e apoiado por um consultor externo, que abrirá caminho para uma nova visão e para uma nova estratégia do Centro Hospitalar de Leiria nos próximos anos», salientou Licínio de Carvalho.

 

A sessão comemorativa teve lugar nas imediações da entrada das Urgências, onde durante uma semana está patente uma exposição para dar a conhecer a história do hospital centenário a profissionais e utentes. Esta mostra, organizada pelo Gabinete de Comunicação, Relações Públicas e Imagem do CHL, expõe peças e artigos antigos e recentes existentes na unidade hospitalar, que “contam” um pouco da sua história.
 
Jorge Pereira de Sampaio, académico na Academia Portuguesa da História, retratou no seu discurso as origens e fundação do Hospital de Alcobaça, com alguns exemplos de solidariedade de algumas famílias e personalidades da época que doaram bens para equipar o hospital. «No ato de inauguração do hospital, a 15 de agosto, Dia da Assunção de Nossa Senhora, procedeu-se à bênção da capela e das enfermarias. As informações dadas dizem-nos que o hospital foi custeado por donativos pecuniários no valor de 8.909.365 reis, para além de outros donativos, roupas e mobílias na importância de 5.710.157 reis, distribuídos por oito enfermarias e por cinco quartos, contendo um total de 53 leitos». 
 
Doutorado em História, Jorge Pereira de Sampaio revelou ainda que, «existia um gabinete médico, casa de autópsia, cozinha, casa de arrumações, roupas e acomodações para enfermeiros. Os doentes foram então transferidos no dia seguinte [16 de agosto] do velho hospital da Rua do Castelo para aqui». O académico afirmou ainda que a planta do hospital foi elaborada por Raphael da Silva Castro, com indicações fornecidas pelo provedor da Misericórdia de Alcobaça, Bernardino Lopes de Oliveira, que dá nome ao hospital, e por alguns médicos conceituados naquela época.
 
Ainda segundo as indicações históricas, «sabemos que as enfermarias têm 5.30 metros de altura, foram estucadas e caiadas, bem como os quartos. A sua capacidade, mesmo com todos os leitos ocupados, é 45 metros cúbicos de área. Só depois se procedeu à terraplanagem dos terrenos circundantes, bem como a construção dos muros. Essas obras vieram a custar 3.484.153 reis. A totalidade das despesas de construção e instalação do hospital foi de 19.640.385 reis», detalhou Jorge Pereira de Sampaio.
 
O evento prosseguiu com a partilha das profissionais Dulce Paula e Manuela Casaca sobre as suas experiências pessoais e profissionais no HABLO, com testemunhos ricos em episódios de crescimento, superação e de enriquecimento do saber.
 
Paulo Inácio, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, encerrou a cerimónia com a referência ao episódio relacionado com o HABLO, que marcou os seus 12 anos de mandato como líder do município alcobacense. Destacou em específico a situação em 2012, em que «havia um desinvestimento claro neste hospital, e todos os funcionários tinham uma grande preocupação relativamente ao futuro desta extraordinária instituição, até pondo em causa o seu eventual encerramento». Paulo Inácio sublinhou que foi uma das decisões mais difíceis que tomou ao solicitar ao então ministro da Saúde, Paulo Macedo, que juntasse o HABLO a Leiria, após anuência do Conselho de Administração do então Centro Hospitalar de Leiria-Pombal, com exceção dos concelhos de Benedita, Alfeizerão e São Martinho, que continuariam no Centro Hospitalar Oeste Norte. 
 
«Tivemos um salto qualitativo e de investimento nos últimos anos, nomeadamente nas instalações, pois algumas tinham umas condições degradantes, e que o objetivo da certificação deste hospital determinou que fossem recuperadas com rapidez, com profissionalismo, tendo o CHL conseguido ultrapassar todas essas barreiras e todas essas dificuldades», enalteceu o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça. «E também ao nível do know-how profissional, nomeadamente das consultas externas, a diversidade e a excelência dos especialistas que vêm a este hospital deixa-me de sobremaneira agradecido e profundamente reconhecido.»
 
A terminar, Paulo Inácio deixou o repto ao presidente do Conselho de Administração do CHL: «Não se esqueça de Alcobaça, porque eu acho que estamos na casa certa, no encontro certo, independentemente de outros candidatos que possam surgir, esta é a nossa realidade que queremos continuar a investir. Um investimento no equipamento, um investimento nas pessoas para servir bem as nossas populações».


25 de maio de 2021.


Assista aos vídeos da celebração do 131º aniversário do HABLO: