CHLP alerta os seus utentes para os cuidados a ter com o calor

Os profissionais do Centro Hospitalar deixam alguns conselhos
 
Numa altura em que as pessoas estão mais expostas ao sol e ao calor, os profissionais do Centro Hospitalar Leiria-Pombal (CHLP), deixam alguns conselhos aos seus utentes para se protegerem e cuidarem da sua Saúde, procurando assim servir cada vez melhor a população, prevenindo eventuais problemas que possam surgir associados a esta época do ano. João Coucelo, diretor clínico do CHLP, salienta que «nesta altura, as pessoas passam mais tempo ao ar livre, vão à praia ou fazem passeios e desporto, e todas estas atividades implicam cuidados acrescidos, especialmente em crianças, idosos e outros dependentes, para que todos possam usufruir de uma relação saudável com o sol, e aproveitar o verão».

No período de férias as pessoas devem aproveitar para se libertar do stresse do dia a dia, relaxar, e aproveitar para reforçar ou adotar um estilo de vida mais saudável, dedicando algum tempo a atividades que distraiam, a uma alimentação mais cuidada, leve, variada e saudável. E é sempre muito importante ter cuidados redobrados no que toca ao calor», refere João Coucelo.

É imprescindível fazer uma boa hidratação, bebendo entre um litro e meio e três litros de água por dia, sendo que a ingestão de água pode ser complementada com sumos de fruta naturais, tisanas ou chá. O consumo de líquidos é fundamental, mesmo na ausência de sede, com especial atenção para as crianças, idosos e dependentes, que muitas vezes podem não se queixar com sede.

No que toca à proteção solar, Martinha Henrique, dermatologista do CHLP, explica que «é imprescindível aplicar protetor todos os dias, no rosto e nas restantes áreas do corpo expostas (na praia deve-se renovar a sua aplicação a cada duas horas), usar chapéu, óculos de sol e roupa e calçado adequados». Isto porque é essencial proteger a pele, que é o órgão de maior superfície do nosso corpo, e com uma função vital na nossa proteção e interação com o ambiente. Martinha Henrique salienta que «devemos evitar a exposição excessiva ao sol, que no imediato é responsável por queimaduras solares, que podem no futuro contribuir para o aparecimento de tumores cutâneos como o melanoma, que é um tumor maligno grave. A exposição crónica ao sol é responsável pelo chamado fotoenvelhecimento e pelo aparecimento de outro tipo de tumores».
 
Assim, nas horas de maior calor deve-se optar por descansar ou abrandar a atividade, evitando desta forma a desidratação. «Nunca é de mais frisar que se deve evitar a exposição solar nas horas de maior intensidade das suas radiações, entre as 11h00 e as 17h00». Importa ter sob maior vigilância as pessoas mais vulneráveis ao calor, como crianças nos primeiros anos de vida – estas não devem sequer ser expostas ao sol -, idosos, portadores de doenças crónicas, pessoas obesas, pessoas com problemas de saúde mental, pessoas medicadas, trabalhadores expostos ao calor, e pessoas que vivem em más condições de habitação.

Nesta altura podem ocorrer os chamados golpes de calor, que acontecem quando o corpo não consegue controlar a sua própria temperatura: os mecanismos de sudação falham e a temperatura sobe rapidamente. Podem manifestar-se através de febre alta, pele vermelha, quente, seca e sem suor, pulso rápido e forte, dores de cabeça, tonturas, náuseas, confusão e até perda de consciência. Esta situação pode causar a morte ou deficiência crónica, se não for prestado tratamento de forma rápida: é necessário procurar um lugar fresco e usar os métodos possíveis para baixar a temperatura, como um banho com água tépida. Se houver contrações corporais involuntárias, não se deve ingerir quaisquer líquidos, e deve procurar-se ajuda médica urgente.

Os esgotamentos derivados do calor devem-se à perda excessiva de líquidos e de sal pela transpiração. Esta situação torna-se especialmente grave nas pessoas idosas e/ou com hipertensão arterial. Os sintomas são transpiração excessiva, palidez, cãibras musculares, cansaço e fraqueza, dor de cabeça, náuseas, vómitos, desmaio, a pele pode ficar fria e húmida, o pulso fica fraco e rápido e a respiração torna-se superficial e acelerada. Se os sintomas forem graves, ou se a pessoa tiver problemas de coração ou tensão alta, deve procurar ajuda médica imediata. Enquanto o médico não chega, deve-se fazer arrefecimento, hidratação e proporcionar descanso. Para evitar estas situações, a exposição ao sol em demasia e durante o período de maior calor deverá ser evitada.

Outra questão a acautelar no verão são as intoxicações alimentares. Mais frequentes nesta época devido à temperatura ambiente elevada, devem ser evitadas com cuidados redobrados na confeção e conservação dos alimentos durante os dias de maior calor. Deve escolher alimentos frescos e cuja origem lhe inspire confiança; não consumir ovos e carne de aves que não estejam completamente cozinhados; lavar cuidadosamente os alimentos que vão ser consumidos crus, bem como os utensílios de cozinha e superfícies que contactam com os alimentos; e não utilizar os mesmos utensílios para alimentos crus e cozinhados. Depois de confecionados, os alimentos deve ser conservados no frigorífico e devem ser consumidos num curto espaço de tempo.

«Em situações que inspirem cuidados, como estas, deve procurar-se ajuda junto dos profissionais de saúde», salienta o diretor clínico do CHLP, «e nunca é demais lembrar que apenas quando se verificam situações de verdadeira urgência se deve recorrer à urgência hospitalar». O recurso à Urgência deve ocorrer apenas quando a situação clínica não possa ser resolvida no exterior, ou seja, nas situações previsivelmente graves ou em que a demora de diagnóstico e/ou tratamento possa acarretar graves riscos para a saúde. Procedendo assim são evitados os tempos de espera desnecessários e os contágios, e é proporcionado tratamento a quem dele precisa. «Em caso de dúvida deve contactar primeiro o seu médico de família ou a Linha Saúde 24 através do 808 24 24 24», relembra João Coucelo.

23 de julho de 2012