CHL sensibiliza a comunidade para evitar o Serviço de Urgência em casos pouco e não urgentes

Urgência hospitalar deve ser usada de forma correta para ser eficiente
O Centro Hospitalar de Leiria relança um novo repto para sensibilizar a comunidade a evitar o recurso ao Serviço de Urgência em casos pouco e não urgentes. O Conselho de Administração reitera a necessidade da colaboração dos utentes e de todos os intervenientes na rede de cuidados, para que as urgências hospitalares sejam usadas de forma correta.
 
«A percentagem de atendimentos de casos pouco e não urgentes manteve-se acima dos 36,4% no CHL na primeira quinzena de dezembro», revela Salvato Feijó, diretor clínico do CHL. «Registamos ainda outra questão preocupante, que está a verificar-se a nível nacional, que é o recurso dos utentes à ADR-SU, quer por referenciação do SNS24 para fazerem testes à Covid-19, quer por iniciativa própria para confirmar resultados de autotestes, ou com sintomas ligeiros de Covid-19. Na última semana temos registado um aumento médio de quatro atendimentos por dia.»
 
O CHL reforça o apelo para que os utentes não urgentes recorram à linha SNS 24 (808 24 24 24), disponível para esclarecer as suas dúvidas e encaminhá-los se necessário, 24 horas por dia, todos os dias, bem como aos cuidados primários, dirigindo-se ao seu Centro de Saúde para serem assistidos pelo seu médico de família, ou pelo seu médico assistente, ou para serem observados na Consulta Aberta. Cada médico tem, no seu horário, períodos diários de consulta não programada destinados, preferencialmente, a situações de doença aguda dos seus utentes, como febre, tosse, vómitos, diarreia e dor, por exemplo. O utente deve procurar primeiro esta alternativa onde será atendido pela equipa de família que melhor o conhece e o segue habitualmente. Caso haja necessidade, estes doentes serão encaminhados ao hospital, onde terão prioridade de atendimento dentro do seu grau de urgência.
 
«O recurso aos serviços de urgência de forma inadequada é um problema comum em diversos países e Portugal é pior do que em muitos países, sendo uma preocupação constante, e motivo de reflexão dentro do SNS, principalmente quando verificamos que, ano após ano, as melhorias são pouco significativas», explica Salvato Feijó. «Importa assim, e cada vez mais, a articulação entre os níveis de cuidados, já que, segundo estudos já realizados, quanto melhor for essa articulação, menor será o recurso indevido da população aos serviços de urgência», realça o diretor clínico do CHL. 
 
O CHL tem feito um grande esforço nos últimos anos para continuamente formar e informar os cidadãos sobre a forma correta de usar os serviços de urgência, onde os utentes deverão acorrer como último recurso, apenas em situação de real urgência, e não para ir “fazer exames” ou “ter uma consulta”, como acontece em mais de 40% das situações.
 
«O Serviço de Urgência Geral do CHL continua a ter uma percentagem muito significativa de utentes não urgentes e doentes pouco urgentes que nos procuram, o que dificulta a resposta efetiva aos doentes que necessitam de cuidados de saúde. A ida à Urgência sem indicação médica e em casos não urgentes propicia a acumulação de pessoas nos serviços, o que gera o aumento anormal dos tempos de espera», salienta Salvato Feijó.

29 de dezembro de 2021.