CHL recebe robô de desinfeção entregue pela Comissão Europeia em resposta à Covid-19

Mecanismo permite reduzir a propagação do vírus e de outras bactérias e micróbios


 
O Centro Hospitalar de Leiria recebeu um robô de desinfeção, entregue pela Comissão Europeia, no âmbito da pandemia por Covid-19, em colaboração com a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), que permitiu colocar ao serviço dos hospitais nacionais tecnologia inovadora, através de candidatura própria. Este robô é autónomo, equipado com uma luz UV, concentrada em todas as superfícies, capaz de destruir bactérias, vírus e outros micróbios nocivos.

O robô de desinfeção da UVD Robots, com o valor comercial de 50 mil euros, foi um dos mecanismos selecionados, testados e doados para minimizar a propagação do vírus Covid-19 e proteger os profissionais e utentes dos hospitais. Tem um impacto mínimo no fluxo de trabalho do hospital e é fácil de utilizar pela equipa de desinfeção, já que contabiliza 10 a 15 minutos para a desinfeção de uma superfície. O robô entrará em funcionamento em breve dentro do Hospital de Santo André.

«Para o CHL e para o Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos [GCL-PPCIRA] este robô foi um ganho extraordinário, e à medida que formos ganhando experiência no seu manuseamento e utilização, será com certeza um dispositivo indispensável na nossa rotina de desinfeção e prevenção de infeções, e ao desenvolvimento de resistências a microrganismos», salienta Maria Fernanda Cunha, coordenadora do GCL-PPCIRA do CHL.

O robô utiliza lâmpadas que emitem raios ultravioletas C. Os UVC são particularmente agressivos para os vírus, causando reações fotoquímicas nos seus componentes proteicos e enzimáticos. O robô funciona em modo manual, comandado pelo utilizador através de um tablet, ou em modo automático, após o mapeamento das áreas a desinfetar. Para a desinfeção automática, o robô pode realizar um máximo de dez salas programadas. Quanto mais próximo o robô estiver das superfícies “críticas” de alto contacto, maior será a intensidade do feixe de luz UVC.

«Este robô é muito mais rápido em comparação com outros dispositivos de desinfeção. Por exemplo, o tempo para destruição do vírus SARS-Cov-2 na exposição máxima UVC a 1 metro de distância das paredes ou de outros objetos é de 8,2 segundos. Esta rapidez permite a entrada imediata de doentes e profissionais na divisão desinfetada, pois não deixa qualquer resíduo ou vapor, já que o seu funcionamento se baseia na utilização da luz», explica Maria Fernanda Cunha. O meio ambiente também é poupado, na medida em que não são usados produtos químicos, e a eficácia do robô pode ser medida através da colocação de indicadores nas salas a desinfetar que, por mudança de cor, atestam o nível de esterilização.

Para além do objetivo de minimizar a disseminação do Covid-19, este robô pode ser usado para a redução de infeções hospitalares e custos associados. «O fenómeno da multirresistência às drogas, nomeadamente aos antibióticos, é um problema relevante nas instituições de saúde, com o número crescente de doentes com infeções a microrganismos multirresistentes», destaca Maria Fernanda Cunha. «Existe uma lista de bactérias produtoras de enzimas (as carbapenemases), que obrigam ao rastreio dos doentes portadores destes microrganismos com o objetivo o seu isolamento dentro da instituição ou na comunidade. Após a alta destes doentes, as enfermarias ou quartos deverão ser limpos e desinfetados o mais eficazmente possível, de forma a que, com a segurança máxima, outros doentes possam ser internados. Com o novo robô esta tarefa será mais célere.»


22 de junho de 2021.